Doenças

Tendinite calcária do ombro

As calcificações nos tendões do ombro são relativamente comuns. Não existe uma origem comprovada para os depósitos de cálcio no ombro. Não se sabe porque um ou mais tendões do ombro podem formar depósitos de cálcio. Sabemos que a alimentação rica em cálcio não é uma causa.

De maneira geral, a calcificação é um fenômeno de degeneração tendínea, de origem desconhecida, que se traduz por uma transformação cálcica no tendão. É mais comum em mulheres entre 30 e 50 anos. A calcificação acomete o tendão supraespinhal, seguido do infraespinhal e subescapular e pode ocorrer nos dois ombros em 25% dos casos.

Normalmente, na fase aguda da doença, o paciente se queixa de uma dor de forte intensidade que, frequentemente, leva-o a uma emergência para ser medicado. O quadro apresenta muita dor, de início, normalmente, espontâneo, e perda de movimentos do ombro. O médico, na fase aguda, geralmente, tem dificuldade em examinar o paciente, pois qualquer tentativa de avaliar os movimentos do ombro pode causar uma dor insuportável. Esse quadro agudo é, geralmente, autolimitado, durando de três a sete dias, e a dor noturna é uma queixa comum.

O diagnóstico da calcificação é radiográfico e se completa com exame clínico. Realizamos radiografias do ombro em algumas posições para visualizar a calcificação. Algumas vezes, quando o depósito de cálcio está em uma posição incomum, a ressonância pode ser útil.

O tratamento da calcificação na fase inicial é, na grande maioria dos casos, conservador. Usamos analgésicos, gelo, anti-inflamatórios, por vezes infiltração no ombro e fisioterapia. Quando o tratamento clínico não obtém o resultado esperado, nos casos crônicos, com piora da qualidade de vida, dor durante todo o dia e à noite, impossibilitando o paciente de dormir e impossibilitando a realização de atividades comuns da vida diária, indicamos o tratamento cirúrgico. Realizamos esse tratamento por via artroscópica, para remoção dos depósitos de cálcio. Normalmente, é necessário uso de tipoia no pós-operatório por três a quatro semanas e seguimento com fisioterapia por três meses.